segunda-feira, 23 de abril de 2012

A Foice



Aquele que morre para virar um fantasma
Ignora por certo o próprio corpo
Segue como se seguisse outrem
Cega seus olhos para o Além
E não chega nunca a ninguém

Aquele que morre mas vive
Seja num livro, num filho
É um espírito meio livre
Preso muito na memória

O outro que nem sabe se morreu
Será que sabe a pena que viveu?

O importante é que todos morrem
Uns bem antes, outros depois

À Foice nenhuma prepotência resiste
Largue então suas amarras, oh, alma triste!


Gabriel Bernardi

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