quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O autor de alturas

Prédios se erguem logo após o descampado
De longe via meia dúzia de cômodos acesos
Com meias luzes que observo de todo calado

À esquerda as ondas vão ao topo
Por sobre as costas desse corpo

Ou por sobre a costa litorânea e fria?
Sinto na mão uma gota breve de epifania

O sono que já é tanto
Sugere ser a realidade
A base de todo o encanto



Outro pingo na face, outro na orelha
Quando findo uma fase, outra se esguelha



As luzes são confusas e a torrente
Tentando imitar difusa o invisível
É o manto a limitar o consciente

Será que o edifício continua ali?
Alguém me observa e me espera lá?
Já vi que durmo... Algum dia vivi?

Na hora em que o claro serpenteia o escuro
Vejo vasto o espaço por entre os tons

No entanto não é no alto prédio meu futuro
Mas no que tudo faço com meus próprios dons.



Gabriel S. C. Bernardi



Um comentário:

  1. Estamos eu e minha irmã lendo e só resta dizermos juntas "-Ele é muito bom."

    Por mim, em todos os sentidos.

    ResponderExcluir