domingo, 18 de agosto de 2013

A corda

Sou vítima de uma fome
de uma vontade que nasce
cresce e quer me engolir
admito o medo, pois agora
mas só por hora
sinto a prisão de amarras
e por aqui vou desviando
da fome e suas garras

Sinto outro desejo
também daqui de dentro
gêmeo da fome e diferente
querendo seguir em frente
ajudando a desfazer o nó
a mover minhas pernas
e buscar outros ares sem
esse gosto parente do pó

Se um não matar o outro
estou feliz
quem nunca viveu a vida
sem tombo ou cicatriz?


Gabriel Bernardi

Nenhum comentário:

Postar um comentário