sexta-feira, 29 de junho de 2012

Uma velha dica




Um pedaço de papel em branco
Quando só um pedaço de papel
Em branco
Só continuará
A quem do alto de lado de onde estiver apenas olhar
Trabalho tedioso da retina e companhia

Decepção solitária da imaginação extraordinária
Desperdiçada
Como aqueles velhinhos nas praças
De tênis esportivos
Crendo que viverão mais tempo
Que tempo 

Seguindo palavras d'outros doutores
Dos reis da Ciência
Dizendo como se comportar
Como se virar na 3° idade
Ou virar a cara para ela
Dizendo sem falar que se despeçam de sua prole
Calcem os novos sapatos sobre a terra
Retardando ad absurdum o momento em que ela se SobrePõe

Porque o sentido que lhes dão é o da prolongação
Estender o papel em branco sem nunca preenchê-lo
OU pintá-lo dobrá-lo amassá-lo às vezes claro

E - bom - se não foi você quem o significou
E por aqui continua
Alguém o fez em seu lugar
Que você não leia nada do que escrevo
Ou do que qualquer um já ousou escrever
Se não souber desobedecer

Pedaço de papel em branco e de todas as cores.


Gabriel Bernardi

Nenhum comentário:

Postar um comentário