terça-feira, 24 de julho de 2012

Rosazul



Eu faço o que faço e digo o que digo:
Duvido ainda um dia ser compreendido;
Dos sonhos acordados sem perceber
Um bosque de cerejeiras a florescer.

Suas folhas - pétalas rosas - caíram
Por cada despedida de nossos abraços,
Que braços, quem sabe, só eram um olhar.

Suas cartas - pétalas rosas - vieram
Veladas aos sentidos, atadas por laços;
Que nó desastrado: desfaço e no ato me faz amar.

Faço o que digo ou digo o que faço?
Não será agora o domínio dos passos.
Nossa nau segue bela mesmo sem precisar
De um leme ao léu nas ondas do mar.

Gabriel Bernardi


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