segunda-feira, 8 de julho de 2013

O estado do Estado

Não costumo escrever sobre política, mas meu senso crítico e a indignação que cresce em mim não deixam que eu me cale sobre o atual estado das coisas. O Estado não me representa. Ainda tenho um extenso caminho a trilhar para conhecer melhor a política atual e o que levou o Brasil ao que dele se faz hoje, mas percebo que como está não dá. Informando-me sobre as ações de Dilma após os protestos populares que encheram as ruas do país com manifestações - a princípio apartidárias -, percebi que sua linha de atuação não está tão voltada assim ao interesse do povo, mas ao seu próprio e ao de seu partido de se manterem no poder. Não sou contra a esquerda, pelo contrário. Só não acho que o PT a possa sustentar como diz que faz. E emprego a mesma desconfiança aos demais partidos. Disputam o número de ministérios onde afincaram suas bandeiras partidárias, buscando acordos por interesses próprios. Estando no poder, querem manter-se nele ou buscar ainda mais. Estando um pouco de lado, engalfinham-se e tentam puxar o mais que podem o tapete dos que lá se encontram. 

Não há horizonte. Há uma torre de marfim (verticalidade pura) que nada tem a ver com os cidadãos comuns, a não ser que são esses os que sustentam com sua mão de obra os pilares da torre. Prova disso são os manifestos. Abalaram a estrutura. Fizeram políticos se moverem. Mas seus movimentos por enquanto são fachadas, apenas refrescam a sede da população. Um líquido preto e docinho (e altamente publicitário) que cobrará seu preço no futuro com os problemas de saúde da sociedade. 

O Estado se foca em manter o poder: poder sobre corpos, sobre as ciências, sobre as tecnologias, financiando experts a ditar as verdades que lhes favorecem. E cá estamos, em véspera de reeleições de políticos que nada mais farão do que tentar se manter ou galgar um lugar no poder. Duas alternativas parecem viáveis momentaneamente: buscar conhecer os candidatos que melhor nos representarão como povo - e aqui falando sobre interesses que buscam a igualdade e não meras disputas de classes - e não deixar o movimento e o significado caracterizado pelo bordão "vem pra rua" morrerem nas coletividades e em cada um.


Gabriel Bernardi



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