Teu corpo não mata minha sede,
Tuas curvas não levam a caminhos claros
E teu nariz,
Ah, o teu nariz,
Como me provoca.
Meus músculos reagem,
Meus olhos piscam
E a boca falha em manter o segredo
Dessa hora guardado
No fundo da garganta.
É uma viagem louca:
Cansa, mas não se cansa
Quer-se o fim, mas não se quer que acabe,
Mostra-me de súbito o infinito
Durante apenas alguns instantes,
Para se desmanchar em breve
Bruma de uma onda passageira.
E o universo esteve ali
Como um doce mistério.
Busco em tua pele e em teus olhos,
Noite após noite,
Por isso que nunca terei realmente.
E é quando vivo de verdade,
E é quando sou também você.
Gabriel Bernardi