quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Adiante de si

Quantas árvores estão à frente,
Atravancando os passos do presente?

Quantas transposições a superar,
Desde o balanço até o altar?

Se essas perguntas me fossem
Feitas,
Seria um médico prescrevendo
Receitas.

"Para sua alma de olhos falhos:
Lentes para enxergar os galhos".

"Para o sedentarismo intelectual:
Livros - que melhores degraus?".


Gabriel S. C. Bernardi


sábado, 24 de novembro de 2012

Momento

Quando lhe disser tudo o que sinto,
Pelo tom de voz saberás: não minto.
Quando nada digo e lhe admiro,
Entendas: é pelo olhar que me refiro.

"A quê?" - perguntas.
"Para que perguntas?"


                                                                                          Gabriel S. C. Bernardi



domingo, 18 de novembro de 2012

A noite ser

Noite como contradição:
Uma deliciosa companhia
E uma tremenda solidão.


                                                             Gabriel S. C. Bernardi



terça-feira, 13 de novembro de 2012

Aguarda, chuva

Chove e o clima, como o constructo de mais elevado grau de altruísmo, pede que eu fique ao lado dela, que a enalteça, que não lhe feche a porta. Chora, chora nuvem celeste. Não há quem se preste a lhe acalmar. O pranto que escorre é água do mar. "Fico!", assim ninguém se machuca: nem eu com seus raios e trovões, nem você, pobre chuva, dilacerada de culpa, e nem a casa - de abandonada.


Gabriel S. C. Bernardi



domingo, 11 de novembro de 2012

Só rio

Clima pós-apocalíptico:
Crimes ridículos
Agora míticos.

Sinas conjugais,
Problemas tão banais.

Os redemoinhos
São quixotescos moinhos.

E aquele rio,
Que nos partia em mil,
Agora sorriu.


                                                                       Gabriel S. C. Bernardi