Das penumbras fecundas do ventre terrestre ela emerge.
Herege: é cobra venenosa, que entorpece sua presa com hálito de cidra.
Fala com uma voz tão mansa, que a caça, de olhar vidrado, pensa que só descansa.
Num único bote - preciso e violento - varre a vida do palerma, arranca tudo que é alma e ânimo, deleitando-se até o último "ai".
Feliz de ser vil, em todo o seu esplendor, digere pele e carne em sibilos de torpor.
Gabriel S. C. Bernardi
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