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segunda-feira, 25 de março de 2013

Concha

É tudo pequeno
se ficamos fechados de medo
de entrar com as ondas do mar

É tudo pequeno
o mundo, teu enredo
a arte breve de se calar

É tudo pequeno
difícil e segredo
- mas basta um olhar.


Gabriel S. C. Bernardi


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Orionis



Desenhados no meu corpo
três pontos sequenciais
refletem-se em teus mares.



                                                                       Gabriel S. C. Bernardi




segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A função da arte/1

Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar.
Viajaram para o Sul.
Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
- Me ajuda a olhar!


Eduardo Galeano (O livro dos abraços)




domingo, 27 de janeiro de 2013

Sem um coração mar é breu

Passa
a pasta
no dorso

Pula
se joga
num sopro

Sente
a onda
no corpo

Surge
de volta
no topo

Molha
com água
o rosto

Maré
céu solar
um fosso

Mar é
seu olhar
seu rosto


Gabriel S. C. Bernardi

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O autor de alturas

Prédios se erguem logo após o descampado
De longe via meia dúzia de cômodos acesos
Com meias luzes que observo de todo calado

À esquerda as ondas vão ao topo
Por sobre as costas desse corpo

Ou por sobre a costa litorânea e fria?
Sinto na mão uma gota breve de epifania

O sono que já é tanto
Sugere ser a realidade
A base de todo o encanto



Outro pingo na face, outro na orelha
Quando findo uma fase, outra se esguelha



As luzes são confusas e a torrente
Tentando imitar difusa o invisível
É o manto a limitar o consciente

Será que o edifício continua ali?
Alguém me observa e me espera lá?
Já vi que durmo... Algum dia vivi?

Na hora em que o claro serpenteia o escuro
Vejo vasto o espaço por entre os tons

No entanto não é no alto prédio meu futuro
Mas no que tudo faço com meus próprios dons.



Gabriel S. C. Bernardi